sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Rectrospectivas...

O fim da tua relação tem-me posto a pensar muitas vezes no passado. Demasiadas. Nos beijos transcendentes, nas conversas sem fim, nas risotas que faziam doer a barriga, no sexo do outro mundo...

Hoje os pensamentos não trouxeram boas lembranças...

Dei por mim a pensar em quando traíste a tua namorada na passagem de ano de 2009 para 2010. Foi aí que me bateu forte, foi nesse dia que me apercebi do quanto gostava de ti. Também só se fosse cegueta e completamente insensível, mas ver-te com outra ali à minha frente deu-me mesmo a volta ao miolo. No dia seguinte vieste deitar a cabeça no meu colo, a chorar como se fosses uma criança, a pedir-me desculpa. E eu ainda te fiz festas no cabelo, "pronto, já passou, está tudo bem". Continuaste a trocar mensagens com essa. Daquelas malandras, eu sei porque as vi, a desconfiança levou-me a fazer o que nunca imaginei, invadir a privacidade de alguém...

Começou aí a podridão, foi o princípio do fim. Disse-te o que tinha feito, disse-te que me tinhas magoado, pediste desculpa e passou.

Passou? Não, sabes que não passou. Mas pronto, vai-se andando, vai-se arrastando... Foste destruindo o meu orgulho, o meu amor-próprio. E eu não via.

Em Julho fartei-me, senti que já me tinhas magoado bastante e decidi seguir com a minha vida. Enviei-te uma mensagem a perguntar se podíamos falar e insististe em saber o tema, apesar de me conheceres tão bem e já o pressentires. Abri o jogo e disse-te que já chegava, não conseguia viver assim. Ligaste-me a chorar, a implorar para que não o fizesse, precisavas de mim e do meu apoio, ias mudar de cidade, viver sozinho e eu fazia-te bem, fazia-te companhia.

Mais uma vez, cedi ao teu pedido. Quando podia ia ter contigo, passei a fazer os meus planos em tua função. Lá ia eu de comboio para passar uma noite ou duas contigo. Lembras-te daquela vez em que estavas amuado e fizeste birra? Eu disse-te que assim não dormia contigo e fui para o outro quarto. Não perdeste tempo, agarraste-te ao telemóvel, eu ouvia as mensagens a chegar, nem te deste ao trabalho de lhe tirar o som. A tonta do quarto ao lado come a palha toda, certo? Deixei-me ficar até que apareceste a perguntar se já chegava de birra e se ia para a tua cama. Lá me levantei e fui... Voltei a cair na tentação de calar as minhas dúvidas, fui ver o teu telemóvel outra vez... Estava certa. Fechei os olhos outra vez. E foste-te habituando ao teu novo ritmo, à tua nova vida.

Umas semanas mais tarde combinámos todos ir passar um fim-de-semana à tua casa, até íamos poder dormir juntos, os teus amigos que também iam sabiam da nossa história. Mas a tua namorada decidiu mudar de ideias à última hora e acompanhou-nos. Lá vou eu para o quarto ao lado, desta vez sem vontade, desta vez novamente preterida. Mas sabia que não havia outra opção. Sentiste-te mal naquela noite, foste dar uma volta pelas ruas, apanhar ar. E ligaste-me, a mim, para falar e desanuviar. Mas não perdeste tempo e também decidiste partilhar a tua má disposição com a outra, sim, a terceira!

Não, agora chega. Tem lá paciência! E mesmo assim continuava a gostar de ti. Disse-to, que não conseguia ser a outra para sempre, agora ou vai ou racha.

Rachou... Disse-te que precisava de ouvir, com todas as letras, que não gostavas de mim e não querias ficar comigo. E ouvi.

Sabes, é isto que tenho de lembrar... Gostavas de mim porque precisavas de mim, não precisavas de mim por gostares de mim. Assim que deixaste de precisar, tudo se esfumou. Não ficou nada. Nada.

domingo, 18 de setembro de 2011

O amor é fodido

 (Faz parte da minha biblioteca, mas parece-me que tenho de o ler novamente... Quando gostamos mais de alguém do que esse alguém gosta de nós, damos em doidos...)

Sinto o meu coração a latejar...Não consigo parar de pensar em ti, em tudo o que me fizeste sentir. Deste-me o céu e o inferno, e mesmo assim sei que ainda te amo. Esta é a primeira vez que o digo, que enfrento a palavra e o sentimento. Nunca ninguém me beijou como tu, nunca ninguém me abraçou como tu, nunca me ninguém magoou como tu... E ainda vives e teimas em rasgar as paredes do meu coração, talvez sem o saberes. Quero lutar de novo, quero saber que pelo menos fiz alguma coisa. Mas a razão diz-me que é uma luta perdida, se não me quiseste no passado, porque haverias de querer agora, depois de teres visto que eu não ficaria à espera de um dia que nunca iria chegar? O cansaço venceu-me... Juntou-se à dor, ao realismo e à cobardia. Quero muito ser feliz, queria muito que fosse ao teu lado, mas depois de tudo, depois de te conhecer tão bem, sei que não iria conseguir confiar em ti. Quero-te e tenho-te medo. Serei masoquista? Fazes-me sofrer, mas não me sais do pensamento... Sim, o amor é fodido.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Um dia...

Ainda não chegou, mas pode ser que não demore :)

O desafio :)

E cá estou eu a responder ao desafio que me foi proposto pela minha querida Orquídea Selvagem :) Dá que pensar, para rever as prioridades :) Um grande beijinho.

5 COISAS QUE TENHO QUE FAZER ANTES DE MORRER
  • Visitar os Açores
  • Trabalhar na REN :)
  • Constituir uma família
  • Conduzir um Tesla
  • Ser feliz uma semana seguida

5 COISAS QUE MAIS DIGO
  • Oh God...
  • Lá chegarei
  • Pensamento positivo
  • Foda-se
  • Não há noite tão longa que não encontre o dia

5 COISAS QUE FAÇO BEM
  • Migas
  • Dar miminhos
  • Bicos (lol)
  • Massagens (das inocentes e das outras...)
  • Amêijoas à Bulhão Pato

5 DEFEITOS
  • Preguiça
  • Não (te) saber dizer que não
  • Impulsividade
  • Choro quando estou nervosa
  • Não saber demonstrar às pessoas o quanto gosto delas

5 COISAS QUE ADORO
  • Dormir
  • Chocolate
  • Sexo
  • Beijos
  • Ler

5 COISAS QUE DETESTO
  • Programar
  • Não (te) resistir
  • Cinismo
  • Acordar cedo
  • Condutores domingueiros

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Medo

 (imagem retirada da net, desconheço o autor)

Fiquei a saber que a tua relação acabou... E estou cheia de medo, estou ansiosa, angustiada até... Acabou? Porquê? Encontraste alguém que valeu a pena quando eu não vali? Queres-me de volta? Eu quero... Quero o teu corpo nos meus braços, o teu cheiro na minha pele, o teu suor no meu corpo, as tuas mãos a apertar-me, a tua boca a percorrer-me, o teu sexo no meu... Quero tanto esse calor que me provocavas por dentro, sentia-me pequena perante tanto desejo! Vem... Mas eu sei que me vou magoar. Faz hoje um ano que foi a última vez que te tive, fisicamente. Porque da cabeça nunca saíste.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Essa coisa de gostar de alguém"


Trouxe daqui, gostei tanto do que li que achei que devia trazer para o meu sítio, para ler e reler...

"Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor, vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui que me irrita a pele”.

Ora, por vezes, o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos.. E muitas das vezes, sabendo deste nosso problema, escolhemos para nós aquilo que sabemos que, invariavelmente, iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira. Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado nenhum e que – aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide – foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados?


Pois bem, se me permitem, vou arregaçar as mangas. O que é difícil – dizem – é saber quando gostam de nós. E, quando afirmam isto, bebo logo dois dry martinis para a tosse. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem “ ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem “ ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem “ ai que não vi a tua chamada não atendida”.

Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.

Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campainha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós."


De Fernando Alvim.